quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O carnaval das eleições 2009

(montagem a partir de cliparts pescados na internet)
Tema de conversas de bar, de salões de cabeleireiros e de corredores das repartições. Santarém vivendo a expectativa de uma definição do imbróglio político-eleitoral, pós-reeleição da prefeita Maria do Carmo, desde que seu registro foi cassado.

O novo capítulo desta história é a data definida pelo Tribunal Regional Eleitoral: teremos eleições no dia 8 de março de 2009! Dia Internacional da Mulher. Se tudo se concretizar  (ainda tem gente que vai recorrer á decisão), uma mulher será a mais traumatizada com a data: Maria do Carmo. Até porque, só se fala em candidatos homens: Antonio Rocha e Helenilson Pontes do PMDB; Inácio Corrêa e Gilmar Pastana do PT; Alexandre Von e Lira Maia do PSD/DEM; Márcio Pinto do PSOL e Joaquim Hamad do PTC. Uns podem, outros não podem, mas todos querem.

O processo eleitoral chegará ao fim, justamente com a quadra momesca de 2009! Será o carnaval das eleições! O eleitor-folião estará nos bailes dos grandes salões cantando “quanto riso, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão...”

O calendário destas eleições, com jeito de um arremedo de segundo turno, é curtíssimo. Eleições de afogadilho para decidir o destino de um dos maiores municípios da Amazônia depois das capitais do Pará (Belém) e do Amazonas (Manaus).

Até o fim de janeiro, os 19 partidos existentes hoje em Santarém têm que escolher seus candidatos ou a que coligação vão se integrar. Depois, o registro de candidaturas até 3 de fevereiro; E até o dia 18 de fevereiro, a Justiça Eleitoral (local) tem que decidir quem pode ou não pode participar da eleição.

Aí começa a campanha eleitoral no rádio e na TV. Tudo de novo. Equipes de produção correndo atônitas, canais de TV tentando programar debates (se é que será possível), institutos de pesquisa aferindo a intenção de votos, candidatos nas ruas com bandeirolas, faixas, comícios visitas... enfim, em pleno mês do carnaval a folia será política! (Isso sem contar os recursos que estarão correndo contra as candidaturas registradas)

O eleitor-folião estará nos bailes dos grandes salões cantando “quanto riso, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão...”

O pior de tudo é que toda essa preparação pode de repente ser sustada. Caso o TSE admita que o processo de Maria do Carmo trata-se de uma questão constitucional, remeterá seu recurso ao Supremo Tribunal Federal. Aí, através de uma liminar, a prefeita pode ser empossada (ou não) até o julgamento do mérito. Isso se o julgamento ocorrer antes do dia 8 de março!

Mas se até o dia 8 de março isso não acontecer? O(a) prefeito(a) eleito(a) nesse dia estará seguro no cargo? Ou uma decisão depois das eleições muda tudo de novo? E aí, poderá começar uma nova batalha jurídica de quem deve assumir a prefeitura? Há quem diga que sim, há quem diga que não. Desde o início do imbróglio nunca se teve certeza de nada. E continuamos sendo o paraíso da interinidade. Não somos mais santarenos, somos “santerinos”...

E o eleitor-folião estará nos bailes dos grandes salões cantando “quanto riso, quanta alegria, mais de mil palhaços no salão...” 

sábado, 17 de janeiro de 2009

"HÉRCULES" VEM AÍ!

Caricatura copiada do Blog Cartuns e Bonecos

Será hoje à noite, em São Paulo, o primeiro de dois megashows do camaleônico ELTON HÉRCULES JOHN ou o nome batismal, Reginald Kenneth Dwight(!). Sou fã de carteirinha do cara e gostaria de estar lá. Como não posso vou ter que ficar, paralisado, no mais alto frisson, em frente à TV, para assistir pela Globo. 
Mas afinal quem é este tal de Elton John? Você pode ter um resumo sobre ele, em português AQUI, ou, se dominar o inglês, visitar seu site oficial.
E pra quem gosta do EJ, vai aqui no blog uma de minhas favoritas, "Empty Garden" ("Jardim Vazio"), uma belíssima canção em homenagem ao não menos fabuloso Jonh Lennon (meu outro grande ídolo internacional), depois que ele foi assassinado (as letras, original e traduzida, logo a seguir):

 Elton Jonh - Empty Garden


empty garden (hey, hey johnny)

elton john

Composição: Elton John e Bernie Taupin

What happened here,
As the New York sunset disappeared?
I found an empty garden among the flagstones there.
Who lived here?
He must have been a gardener that cared a lot,
Who weeded out the tears and grew a good crop.
And now it all looks strange.
It's funny how one insect can damage so much grain.

And what's it for,
This little empty garden by the brownstone door?
And in the cracks along the sidewalk nothing grows no more.
Who lived here?
He must have been a gardener that cared a lot,
Who weeded out the tears and grew a good crop.
And we are so amazed! We're crippled and we're dazed....
A gardener like that one, no one can replace.

And I've been knocking, but no one answers.
And I've been knocking, most all the day.
Oh and I've been calling ,oh hey, hey, Johnny!
Can't you come out to play?

And through their tears,
Some say he farmed his best in younger years.
But he'd have said that roots grow stronger, if only he couldhear.
Who lived there?
He must have been a gardener that cared a lot,
Who weeded out the tears and grew a good crop.
Now we pray for rain, and with every drop that falls.....
We hear, we hear your name.....

And I've been knocking, but no one answers.
And I've been knocking, most all the day.
Oh and I've been calling ,oh hey, hey, Johnny!
Can't you come out to play,
In your empty garden?
Johnny?
Can't you come out to play, in your empty garden?

=====================

Jardim vazio (ei, ei johnny) (tradução)

elton john

Composição: Elton John e Bernie Taupin

Jardim Vazio (Ei, Ei, Johnny)

O que aconteceu aqui?
Conforme o pôr-do-sol de Nova Iorque desaparecia
Eu achei um jardim vazio, entre as lajes ali.
Quem viveu aqui?
Ele deve ter sido um jardineiro que se preocupava muito,
Que "capinou" as lágrimas e cultivou uma boa colheita.
E agora tudo parece estranho,
É engraçado como um inseto consegue danificar tanta semente...

E para quê é
Este pequeno jardim vazio perto da porta de arenito?
E nas ranhuras ao longo da calçada,
Nada mais cresce.
Quem viveu aqui?
Ele deve ter sido um jardineiro que se preocupava muito,
Que "capinou" as lágrimas e cultivou uma boa colheita.
E nós estamos tão espantados, debilitados e aturdidos,
Um jardineiro como aquele ninguém pode substituir.

E eu tenho batido [na porta] mas ninguém responde,
E eu tenho batido a maior parte do dia.
E eu tenho chamado:
"Ei, ei, Johnny!
Você não pode sair para tocar?"

E através das suas lágrimas,
Alguns dizem que ele cultivou o melhor de si nos anos mais jovens.
Mas ele teria dito que as raízes crescem mais fortes
se ao menos ele pudesse ouvir...
Quem viveu lá?
Ele deve ter sido um jardineiro que se preocupava muito,
Que "capinou" as lágrimas e cultivou uma boa colheita.
Agora nós rezamos pela chuva, e a cada gota que cai
Nós ouvimos, nós ouvimos seu nome.

E eu tenho batido [na porta] mas ninguém responde,
E eu tenho batido a maior parte do dia.
E eu tenho chamado:
"Ei, ei, Johnny!
Você não pode sair para brincar?
Johnny,
Você não pode sair para brincar em seu jardim vazio?
Johnny,
Você não pode sair para brincar em seu jardim vazio?
Johnny,
Você não pode sair para brincar em seu jardim vazio?"

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Essa pode ser uma boa notícia!

Já trabalhei com isso e já vi muita eleição ser atrapalhada por isso. 
Espero que essa notícia se torne realidade. 
Foi informado no Portal da Câmara Federal, mas "pesquei" no Portal NoTapajós.

2008: o ano que ainda não acabou para os santarenos

Feliz 2010!

Talvez até lá possamos comemorar um ano realmente novo, pois 2008 ainda não acabou e 2009 é apenas uma continuação, ou melhor, um “2º turno” do ano mais conturbado da vida dos santarenos nos últimos 40 anos. 2008 deveria ter terminado como um ano em que vivemos um “triunvirato mariano” desde 2007, com os três poderes locais ao comando de uma Maria do Carmo (Executivo), de umJosé Maria Tapajós (Legislativo) e de um Silvio César Maria (Judiciário). Mas o “Poder Mariano” continua, com um José Maria Tapajós no Executivo (interinamente) e no Legislativo (que tem um Nélio, interino, a guiar...) e um Silvio Maria no Judiciário! A Maria corre por fora, esperando a chance de recompor o “triunvirato mariano”... 

Como já havia dito em meu último artigo de 2008 (na coluna que escrevo, de vez em quando, no Diário do Tapajós), continuamos vislumbrando o “passo suspenso da cegonha”! Santarém vive um eterno suspense...

Aliás, já nem podemos ser chamados de “santarenos”. Agora somos os “santerinos”, habitantes da cidade dos interinos... O prefeito é interino, o secretariado é interino, o presidente da Câmara é interino, tudo gira em torno da interinidade. Viva a “Santerinidade”!

E pensar que o nome de Santarém, do Pará – copiado da Santarém, de Portugal – originou-se de uma lenda em que uma princesa perdeu a cabeça! A lenda de Sant’Irene foi cultuada em Portugal e acabou tornando-se o novo nome da velha cidade de Scalabis. Até que um dos governadores da Província do Grão-Pará, o Mendonça Furtado, resolveu chamar de Santarém a antiga aldeia dos Tapajós quando a transformou em vila.

Os “santerinos” aguardam que a Justiça (Divina?) nos dê uma luz e tire aquela espada que pende sobre nossas cabeças. As informações são tão diversas e tão complexas, que ninguém se entende. Mas, basicamente, parece que existem dois caminhos (mais ou menos) certos para dar uma definição ao nosso imbróglio jurídico-eleitoral: esgotar os recursos na esfera jurídica para a posse de Maria do Carmo como prefeita ou realizar novas eleições ainda esse ano.

A ditadura dos “se...”

É aí que começa a ditadura dos “se...” 

Se Maria ganhar, pode tomar posse e tocar o governo (até quando, não se sabe). Se Maria perder, todo mundo vai querer sentar no trono, ocupado, interinamente, pelo vereador José Maria Tapajós.

Em todas as ruas se ouvem especulações sobre o caso. Juristas não se entendem. Começa a briga dos Zés da advocacia e da política: de um lado, Zé Ronaldo e Zé Osmando (tem também o Geraldo Sirotheau, que não é Zé, mas é Maria, no nome...). Do outro, Zé Olivar e Zé Maria Lima. Zé Antonio Rocha nem vice conseguiu ser. Zé Maria Tapajós nasceu de quina pra lua, e por enquanto segura Sant’Irene nos ombros (Foto de José Maria, acima - montagem mal feita por mim sobre imagem mitológica do gigante Atlas). 

E agora, Josés?

Mas dentro da ditadura dos “se...”, a dúvida toma conta de todos sobre quem vai realmente comandar o município nesse quadriênio. De tudo se ouve por aí. Todo mundo virou “analista político” e aqueles que, como eu, se atrevem a fazer tais análises em artigos de jornais e blogs, acabam atirando para todos os lados, já que a indefinição e a incerteza pairam sobre nossas cabeças. Uma nova eleição muda todo o quadro político, a correlação de forças e muita coisa do que foi dita pode ter que se reescrita ou reciclada. Eu mesmo escrevi sobre Ocasos e Acasos, logo depois das eleições. 

O que se ouve por aí?:

- “A Maria vai se candidatar de novo e vai dar outra surra!” (petista fervoroso);

- “O Lira Maia é que vai se eleger e mostrar o que o povo gosta” (maista saudoso);

- “Nem Maria, Nem Maia, o futuro é o Márcio na prefeitura. Eu quero o Pinto de Jesus na prefeitura!” (psolista esperançoso);

- “Que nada, os três estão inelegíveis, só o Hamad pode ser candidato. Agora Santarém vai voar” (o próprio Hamad, sozinho, sem apoio da família).

Brincadeiras à parte, ninguém pode confirmar nada. Além dos quatro candidatos que disputaram as últimas eleições, na provável eleição de 2009, tem muito mais gente querendo entrar na roda.

Ciranda dos candidatos

Os 19 partidos que participaram das eleições de 2008, em quatro coligações, estão ouriçados com o novo quadro. Alguns até mantiveram suas sedes abertas, já que é praxe ter sede de partido só em época de eleição e depois fechar as portas. Várias pesquisas eleitorais vêm sendo realizadas na cidade, em busca do nome da hora.

À frente dos debates, PT e PMDB, os dois maiores partidos e que encabeçaram a coligação “vencedora”; O DEM e o PSDB vislumbram nova chance de voltarem ao poder, dependendo de quem é o não inelegível; PSOL e PTC correm por fora, como co-adjuvantes do espetáculo; Mas dentro da coligação que apoiou Maria, outros partidos podem querer se “enxerir” e tentar uma aventura, como o PDT, de Osmando, o PMN, de Nélio e até o quase extinto PTB, que já foi mais estruturado em campanhas anteriores e este ano teve uma participação pífia com apenas um candidato a vereador!

Petistas voltam às bases

O PT acordou, diante da possível queda do Império dos Martins, e voltou às bases.

As tendências do partido, que haviam se acomodado nos últimos anos dando chance para que o todo-poderoso Everaldo Martins (da tendência do deputado Paulo Rocha, a UL – Unidade na Luta) tomasse conta do PT, ensaiam agora uma insurreição diante do nome já proposto por ele – se a mana Maria não puder realmente ser candidata – o do ex-secretário de Governo Inácio Corrêa.

(Uma curiosidade: caso o nome de Inácio vingue e seja eleito, será o segundo Inácio Corrêa à frente dos destinos de Santarém. O outro foi o intendente Inácio Corrêa, que governou Santarém há 114 anos e hoje é nome de rua...)

Os irmãos Peloso (Pedro, Milton e Rita), líderes históricos e que se agrupam na AS – Articulação Socialista, debatem a possibilidade de indicar um nome de seu grupo ou até mesmo o da ex-vereadora Odete Costa, que já participou da tendência e está sem rumo no momento (tem sido “paquerada” também pela DS – Democracia Socialista, da governadora Ana Júlia). Pedro Peloso já até assinou um outdoor com o deputado Roberto Faro, solidarizando-se com Maria. Uma mexida dos Peloso no tabuleiro do xadrez político...

(Uma curiosidade: Pedro Peloso aprendeu a jogar xadrez comigo, no início da década de 1980, época em que eu convivia com ele nas andanças petistas. Era a única coisa que eu ganhava do Pedro, mas um dia ele conseguiu me vencer. Depois me deram um xeque-mate ideológico e fui deixando o PT pra trás...)

Já a tendência “PT pra valer”, liderada pelos Pastana e Ganzer, tem falado no nome do empresário Gilmar Pastana, da Massabor, que já foi representante regional da Secretaria Estadual de Transportes.

(Uma curiosidade: caso o nome de Gilmar vingue e seja eleito, teremos dois irmãos Pastana comandando Santarém e Belterra, onde Geraldo Pastana foi reeleito.)

Além desses nomes, há ainda os dos vereadores Evaldo da Premac e Carlos Jaime, com menores chances na disputa. Sonhar não custa nada. O PT vai realizar diversas reuniões em bairros para encontrar um nome de consenso, mas desde já, Inácio Corrêa, o ungido de Maria e Everaldo, é o nome mais forte do partido.

Uma Rocha no caminho

O PMDB, que não elege prefeito em Santarém desde 1985 (Ronaldo Campos foi o primeiro peemedebista a chegar ao cargo pelo voto), depende muito do que seu maior líder decidir. O deputado estadual Antonio Rocha, que comanda com mão de ferro a sigla, há 15 anos, desde que assumiu seu primeiro cargo público como vereador, vive sonhando em chegar à Prefeitura. Já tentou duas vezes, mas só conseguiu chegar lá, apoiando Lira Maia em 2000 e Maria em 2008 (vitória frustrada pelo TSE).

O partido tem musculatura eleitoral, mas talvez Rocha não seja um nome “palatável” para a maioria dos eleitores (principalmente depois do episódio infantil, em que o deputado saiu nos tapas com um militante universitário do PSOL, no início do ano). Se for vencida a pretensão pessoal (e temerária) de Antonio Rocha de ser candidato a qualquer custo (ou de indicar um de seus pimpolhos, como o José Antonio, caso seja elegível), o partido pode tentar outros nomes. 

Aí se encaixam Helenilson Pontes, advogado tributarista que parece querer agarrar essa oportunidade, e o próprio prefeito interino José Maria Tapajós, se a legislação permitir. Helenilson seria do agrado de Jader Barbalho, de olho em 2010, mas nada no PMDB pode sair sem negociação com Rocha. Jader, esperto como ele só, nunca vai atropelar um forte aliado que sempre manteve a estrutura do PMDB local.

Tucanos e demos no camarote

O PSDB e o DEM assistem a tudo de camarote e na undécima hora decidirão o que fazer.

O deputado federal Lira Maia (DEM) – tudo mundo sabe – é louco para ter um terceiro mandato na Prefeitura. Mas uma nova tentativa em 2009 não depende só de sua vontade. Maia já não é a quase unanimidade entre o eleitorado de 2000, e quiçá o eleitorado de 2006, que lhe deu grande votação para a Câmara Federal. Pesa contra ele a grande quantidade de processos por improbidade administrativa (e como todo político, ele alega que é “vítima de perseguição de seus adversários”), e principalmente um possível ônus pelo imbróglio jurídico-eleitoral em que nos encontramos.

(Uma curiosidade: a primeira tentativa de, Lira Maia, conquistar um cargo público via eleição, foi em 1992, quando era candidato a vice-prefeito na chapa pura do PMDB, encabeçada pelo ex-prefeito Ronaldo Campos. A Justiça Eleitoral cassou o registro de Ronaldo a 15 dias da eleição, por ter sido considerado inelegível já que havia sido condenado por improbidade administrativa. Maia acabou sendo o candidato a prefeito, com a ex-primeira dama – já falecida – Rosilda Campos como vice. Não ganhou, mas teve mais votos que Nivaldo Pereira, do PTB)

Toda essa confusão tende a aumentar a rejeição de Lira Maia, mas ele ainda é um forte candidato. Tudo depende de que escolha fará: manter-se como deputado federal garantindo o foro privilegiado de seus processos, além de se escudar no DEM nacional para tentar ser um líder partidário mais respeitado ou tentar voltar à Prefeitura para garantir os empregos de parentes e aderentes, correndo até o risco de uma segunda derrota em menos de seis meses? Já disse em outra ocasião que Lira Maia é “cobra-de-vidro”...

No caso de Lira Maia abrir mão de uma “re-recandidatura”, o nome mais visível é o do tucano e eterno companheiro de mutirão, Alexandre Von. O deputado estadual ainda não conseguiu luz própria na política, mas já demonstrou que não pretende se meter em aventuras como a de Maia nas últimas eleições. Von, pelo que se soube nos bastidores, rejeitou a proposta de reeditar a parceria com Maia na condição de seu vice, e indicou o ex-vereador Otávio Macedo. Ponto para Von, que evitou um maior desgaste político para prejudicar sua campanha em 2010. Só que a situação agora é outra. Dependendo dos acertos – ou desacertos – da coligação que apoiou Maria, o quadro poderia ser favorável ao tucano. O problema é que ele tem a fama de ser muito “pesado”. Literalmente...

Outro nome do grupo de Maia e Von que corre por fora é do vereador Erasmo Maia, com poucas chances de progredir.

Outros nomes

Sem contar Márcio Pinto, que já se lançou candidato (se não tiver problemas de inelegibilidade, por conta de prazo de desincompatibilização – ele retornou à sua função no Judiciário) e Joaquim Hamad que promete um(a) vice diferente e menos problemático(a), outros nomes tem sido ventilados nos bastidores como possíveis candidatos. Os vereadores eleitos Nélio Aguiar (PMN), Emir Aguiar (PR), Bruno Pará (PDT), Maurício Corrêa (PMDB) e Reginaldo Campos (PSB), são alguns destes. Também foram sondados os nomes da empresária Vânia Maia (TV Tapajós) e do advogado José Ronaldo Campos, filiados ao PTB. Mas os dois descartaram a hipótese (por enquanto).

Como não custa sonhar, não duvidem que alguém se lembre até de Ronaldo Campos, Ruy Corrêa ou Hilário Coimbra, que já foram ou tentaram ser prefeitos.

Uma coisa é certa: tudo depende das conversas entre Antonio Rocha e o PT. Se houver desacerto entre eles e decidirem bater de frente, tucanos e demos se apresentam com Maia reforçado, ou indicam um vice para o PMDB. 

Mas antes de tudo, temos que esperar a definição da Justiça Eleitoral. O TRE, por enquanto, não se posicionou sobre a convocação das eleições. Pode ser que o faça já ou aguarde a definição sobre os recursos no TSE e STF.

E o eleitor, como fica?

O cidadão santareno (ou “santerino”) assiste a tudo feito cego em tiroteio. A disputa pelo poder enveredou pela incompreensível seara jurídica que nem mesmo os juristas conseguem decifrar, já que o Caso Maria é inédito no Brasil.

Mesmo que tudo volte à normalidade (se é que isso é possível), o estrago já foi feito: a vontade do eleitor não prevaleceu diante da imperfeição jurídica definida após o pleito. De nada adiantou assistir horas de programas eleitorais no rádio e na TV, candidatos se esgoelando em comícios, dinheiro gasto com material publicitário, gente colorindo muros e carregando bandeiras. De nada adiantou votar neste ou naquele candidato. Foi tudo invalidado. Novos gastos podem vir pela frente e o eleitor, cansado, pode não ter o mesmo ânimo. Pode estar descrente do processo. Pode estar se sentindo ludibriado por todos, políticos e Justiça.

Uma das coisas que mais me perturba nisso tudo é que o processo democrático, para a escolha dos candidatos, prevê um debate nos bastidores que começa pelo menos um ano antes da eleição, até que uma convenção defina a posição dos partidos. A possível nova eleição, em 2009, será feita de afogadilho. O tempo é curto para se debater novos nomes e se algum deles vingar, pode não representar um projeto político-partidário bem definido. Será uma candidatura do sufoco. Sufoco que todos nós, cidadãos-eleitores, vivemos nesses dias de interinidade.

Por mais que eu não tenha religião, não posso deixar de tocar no tema, já que vivemos cercados de santidades por todos os lados, como por exemplo a Santa que inspirou o nome de Santarém, citada nos primeiros parágrafos dessa análise. 

Lembro que existe outra Santa Irene cultuada pelos católicos ortodoxos, lá da minha segunda cidade natal, Salônica/Grécia (ou Saloniki, que é também o nome de minha neta). Essa santa também foi mártir do cristianismo mase, Irene, em grego, quer dizer Paz.

Acho que é o que buscamos para essa Sant’Irene do Tapajós, neste conturbado 2008/2009...