segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Os primeiros secretários de Alexandre Von

Zuíla Von, Alexandre Von e Jaci Barros, em recente encontro.
Foram anunciados hoje pela manhã, 11 titulares de pastas do Governo Von, que toma posse em janeiro/2013. A maioria dos nomes já é conhecida por ter integrado os governos Lira Maia (1997/2000 e 2001/2004):

  1. Jaci Barros - Chefe de Gabinete;
  2. Irene Escher - Secretaria Municipal de Educação (Semed);
  3. Zuíla Von - Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtras);
  4. Edilson Pimentel - Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra)
  5. Mauro Maués (Adjunto Seminfra);
  6. Nato Aguiar – Secretaria Municipal de Cultura (Secult);
  7. Irene Belo – Secretaria Municipal de Turismo (Semtur);
  8. Rosivaldo Colares – Secretaria Municipal de Agricultura e Incentivo à Produção Familiar (Semap);
  9. João Clóvis Lisboa (Adjunto Semap);
  10. Darlison Maia (Coordenadoria de Defesa Civil);
  11. Edivaldo Bernardo (Coordenadoria de Apoio ao Estado do Tapajós).
Jaci Barros, Rosivaldo Colares e João Clóvis Lisboa, agrônomos, são antigos aliados do deputado Lira Maia, com forte atuação na área da agricultura, principalmente através da Emater, de onde Maia é oriundo. 


Irene Belo é professora e sócia do BeloAlter, o maior hotel de Alter do Chão e esposa de um grande amigo de Lira Maia, o empresário da área de turismo José Carlos Zampietro.

Darlison Maia, administrador de empresas que chegou a gerenciar o Detran/Santarém, ja trabalhou no Gabinete do Prefeito Lira Maia.

Edilson Pimentel e Mário Maués, são engenheiros que também teriam ligações com o deputado Lira Maia (essa afinidade foi ventilada por alguns setores da imprensa, mas não confirmada).

Da cota de Alexandre nessas primeiras indicações, sua esposa Zuila Von, administradora de empresas e filha do empresário Chico Coimbra; Irene Escher, professora cuja família tem vinculações com a esposa de Von; e o cantor e compositor Nato Aguiar, piauiense já incorporado à cultura local, tendo sido secretário de cultura em Itaituba (quando era filiado ao DEM), e agora em Santarém como professor da Uepa e filiado ao PSDB.

Edivaldo Bernardo, filiado ao PSB, é da cota do vereador reeleito Reginaldo Campos (PSB), aliado de última hora que pulou do barco de Maria do Carmo um dia antes das convenções municipais realizadas em junho, para apoiar a chapa de Von.
(Veja fotos do novos secretários na página d'O Impacto.)

sábado, 15 de dezembro de 2012

Prefeito no Bazar

Alexandre, no Bazar, domingo.
O prefeito eleito Alexandre Von (PSDB) confirmou sua presença em meu programa dominical pela Rádio Rural de Santarém e participará do Bazar Brasileiro na seção "Papo de Botequim", onde converso com meus entrevistados sobre os mais variados temas, dando maior enfoque às questões culturais. 

Quem quiser participar do programa, pode mandar sua pergunta para o e-mail bazarbrasileiro@gmail.com, com identificação. Perguntas anônimas e/ou ofensivas não serão liberadas.



O Bazar Brasileiro foi criado em 1985, por mim e pelo companheiro Dornélio Silva e ficou no ar até 1993, sendo apresentado por vários radialistas quando a dupla saiu da cidade. Em 2007, retomei o programa inicialmente com a companhia do também jornalista Ormano Sousa. Uma breve parada em 2010 e o retornei em setembro de 2011.

O Bazar Brasileiro pode ser captado pelas ondas médias (AM), na frequência 710, ou pela internet no site da rádio. O programa de domingo começa às 20h30 (oito e meia da noite).

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012



Versos brutos (Buriti versus Juá)
Veias minhas que te enterrei
Nas entranhas de teu corpo
Te fiz meu porto,
Náufrago sem mar
De águas ensandecidas
Que lagrimei em tua pele devastada... 
Seivas minhas que te singrei
Na vastidão de tua vergonha
Te fiz minha fronha
E te babei, embrutecida,
De meu furor enlouquecido
De te habitar eternamente
E te estuprei a alma estarrecida...

E agora, que o vento já não faz sentido?
Que o tempo já não tem fronteiras?
O que faço de teu corpo ensanguentado?
O que digo à beleza de teus caprichos em desalinho?
Já não me resta uma tímida lembrança
Da qual eu possa te fazer relíquia... 
Diz-me qual a pena que me ordenas!
Qual penitência de tuas rezas?
Será que ainda me prezas?
Será que perdoas por usurpar-te
A natureza em meu nome-fantasia?
O que será de mim, agora que somos nada? 
Deixa que eu te faça dos meus versos
A estrofe esquecida
E do acalanto,
O estribilho mal concebido
Mas que um dia eu possa realizar-te o sonho
Do pesadelo de eu nunca ter nascido
Ser natimorto, de um passado esquecido...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Tapajós: o sonho interrompido


(*) DORNÉLIO SILVA

Depois de um ano do plebiscito, relembrando a campanha histórica para a criação dos Estados do Tapajós e Carajás, manifesto neste pequeno artigo uma releitura da campanha e demonstro uns dos pecados capitais cometidos pelas lideranças políticas que conduziram esse processo, levando a derrocada.

Dornélio Silva
Havia uma apatia muito grande no Pará Remanescente, mas era neste Pará que continha o maior número de eleitores que decidiam a eleição. Ninguém mobilizava ninguém! Ninguém motivava ninguém! Nem a causa motivava ou mobilizava alguém! Ninguém se motivava a sair de casa para abraçar a causa. A não ser alguns poucos militantes com certa consciência induzida pela emoção. A “espetacularização” dos programas de TV e rádio era a grande expectativa dos “donos” do processo para que esse ente inerte chamado povo-eleitor pudesse espreguiçar-se e, quem sabe, começar a ter forças para levantar-se e começar a comentar – pelo menos – em bares, no trabalho, em casa. Será que isso aconteceu? Será que a força da TV e Rádio conseguiu acordar o eleitor que dormia em “berço esplêndido” ao som dos bregas, dos carimbós, dos sertanejos e das vozes apelativas e chorosas nos palcos televisivos? Mesmo com a “espetacularização”  a apatia e o desinteresse continuaram a abraçar nosso Grande Eleitor!

Foi uma eleição histórica e atípica. Não iríamos votar em pessoas ou legendas. Historicamente e culturalmente não votamos em ideias, infelizmente! Os partidos existem para viabilizar candidaturas. As regras do sistema eleitoral determinam a forma que influencia na decisão do voto. As campanhas são personalizadas. Votamos em pessoas. Não há abstração. Existe o João, a Maria, o Antonio, o Manoel que receberá meu voto para me representar. Essa eleição plebiscitária foi atípica: ia votar numa ideia, numa abstração. O que move a consciência do eleitor para a decisão do voto? Em eleições personalizadas como é a nossa, muitos são os motivos, passando do psicológico/emocional, dos interesses de grupos sociais onde a conversação social pode formar opiniões individuais, e dos interesses utilitaristas; dos que  votam se esse ato for visto como potencialmente capaz de trazer-lhes algum benefício social ou econômico, e tem aqueles que votam por seus bolsos.

Em todo o processo de campanha política há os ingredientes intrínsecos ao eleitor de paixão e de interesse. O ato de votar implica em escolher a alternativa que produza o melhor resultado ou escolher entre as alternativas disponíveis que garanta minimamente a satisfação de seus interesses. Então, quando o custo de votar não for compensado pelos benefícios derivados de determinadas  ações por quem se propugna a ser governo ou legislativo, o eleitor não vota. Agora imagine numa eleição – o plebiscito – onde não existiam candidatos? A vacância na mente do eleitor seja ele médio ou comum era enorme.

Os defensores do SIM e do NÃO ensaiaram timidamente na região do Pará remanescente alguns momentos de campanhas. A maioria desses ensaios foi localizado através de eventos de debates. O povão, a grande maioria, aquele que decide a eleição passou ao largo. Os defensores do SIM e do NÃO apostaram tudo na TV e Rádio. O palco televisivo seria o instrumento para esclarecer, informar, mobilizar e convencer os eleitores para votar nesta ou naquela proposta.

Depois de uma semana de horário eleitoral, o que se via do lado do NÃO era uma densa dose de paixão/emoção, de sentimento de perda e de vitimização; do lado do SIM se via intensa manifestação de racionalidade propositiva.

Por outro lado, ao invés de informar, estavam desinformando a população. Os dois, tanto SIM quanto NÃO, faziam os programas como se fosse apenas UM voto (SIM ou NÃO e estaria tudo resolvido). Não apresentavam informações precisas do porque EU tenho que votar SIM no Tapajós ou Carajás; mesma situação do NÃO, não apresentavam também informações do porque que eu tenho que votar Não no Tapajós e Carajás.

Os marqueteiros, tanto do SIM quanto do NÃO, colocaram tudo dentro da mesma panela, temperaram com os mais variados ingredientes a gosto e, depois, ofereceram a sopa aos eleitores, afirmando que “a minha sopa é a mais gostosa e suculenta do que a sua”. Será que o povo estava conseguindo tomar aquela sopa? Não percebiam que dentro daquela panela existiam ingredientes completamente diferentes que tinham dificuldades de se misturar. O que se tinha em comum é que Tapajós e Carajás queriam se emancipar.

Para tornar realidade e tentar convencer o eleitor a votar nesta ou naquela proposta, cada região emancipacionista deveria falar com sua linguagem própria. Tapajós tem características culturais, econômicas, sociais, históricas completamente diferentes do Carajás; que também tem características completamente dispares do Tapajós. Por que os marqueteiros e suas lideranças políticas não mostraram isso à população? Não existia nenhum diferencial de mercado do voto sendo apresentado na TV e Rádio que mostrasse claramente porque o eleitor queria o Tapajós emancipado ou não; porque queria ou não o Carajás emancipado? Tapajós perdeu a grande oportunidade de confirmar sua luta histórica de 154 anos. E suas lideranças políticas de ficarem na história como os baluartes desta conquista. Mas, estes, por acreditarem em milagres televisivos, e em marqueteiros “deuses”, frustraram o sonho de uma população. 

----------------------------------
(*) Mestrando em Ciência Política – PPGCP/UFPA/ Especialista em pesquisa de opinião e diretor da Doxa Comunicação Integrada

O artigo foi escrito a pedido deste poster, sendo o primeiro de uma série que publicarei nos próximos dias, de várias pessoas que acompanharam esse movimento, como forma de analisarmos o porquê da nossa derrota e o que vem pela frente.

Tribunal do Júri fecha o ano julgando crime de 2011


O réu preso Erasmo Conceição Rocha, o conhecido "Zagaia", de 28 anos, será o último réu a ser julgado pela 10ª Vara Penal de Santarém, nesta quinta-feira, 13/12, a partir das 08h00. A sessão começará com a diplomação da última turma de jurados e o sorteio da primeira turma de jurados de 2013. 

"Zagaia" é acusado de matar com quatro facadas, no dia 25/05/2011, o servente de pedreiro Jardel Sousa da Costa, que à época tinha 35 anos. Os dois bebiam num bar e Jardel tirou brincadeiras com "Zagaia", que não gostou e saiu para buscar uma faca e teria aplicado as facadas na vítima.

O réu responde ao crime de  Homicídio Qualificado por Motivo Fútil, cuja pena varia de 12 a 30 anos. Debaterão no plenário o promotor público Evandro Ribeiro e o defensor público Daniel Archer, sob a presidência do juiz Gerson Marra Gomes.
Juiz Gérson Marra Gomes
lendo sentença.

Passional -  No penúltimo júri do ano, ocorrido ontem e que terminou por volta de nove da noite, o corpo de jurados da 10ª Vara Penal adotou uma posição salomônica, ou seja, acatou parte da tese da Defesa  e parte da tese da Acusação.

Por conta disso o braçal Elielson Castro das Neves, vulgo "Tatuagem", de 39 anos, acusado de tentar matar com uma facada sua companheira Maria da Conceição Ferreira Ramos acabou condenado por Tentativa de Homicídio Simples, que resultou numa pena aplicada pelo juiz Gerson Marra Gomes de 03 anos, 7 meses e 28 dias, em regime aberto.

O caso era de Tentativa de Homicídio Duplamente Qualificado, pelo motivo fútil (ciúme) e sem chance de defesa. O Ministério Público, através do promotor Evandro Ribeiro, resolveu pedir que os jurados não aplicassem a  primeira qualificadora. Já a Defesa, através do defensor público Vinicius Toledo, pediu para que fossem tiradas as duas qualificadoras, o que acabou ocorrendo.

O crime ocorreu no município de Belterra, no dia 17/12/2004, quando "Tatuagem" chegou mais uma vez embriagado e passou a discutir com a vítima que vivia com ele há 12 anos. Ela teria dito que não queria mais viver com ele, e por isso, ele usou da faca dizendo que "se não quer viver comigo, não vai viver com ninguém", segundo consta nos Autos. Conceição foi esfaqueada uma única vez nas axilas, mas teve força de expulsar de casa a remadas seu companheiro, e depois foi levada ao hospital.
====================

Atualizado ás 23h00 de 13/12/2012:



A maioria dos jurados definiu pela condenação do réu Erasmo Conceição Rocha, que matou com quatro facadas Jardel Costa, em maio do ano passado. O juiz Gerson Marra Gomes leu a sentença por volta de 21h00 e aplicou a pena de 13 anos, 5 meses e 15 dias, em regime fechado. O réu estava preso e não terá o benefício de recorrer em liberdade. 

A  defesa representada pelo defensor público Daniel Archer, ficou de analisar se recorre da Sentença. O promotor Evandro Ribeiro comemorou o resultado junto com o assistente de acusação contratado pela família, Marcos Nadalon. O Tribunal do Júri volta a se reunir no dia 08/01/2013.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Jornal recusa publicidade da Buriti Imóveis

Numa atitude corajosa, o Jornal O Estado do Tapajós acaba de anunciar que recusou mídia da poderosa Buriti Imóveis, responsável pelo desmatamento na área próxima ao Juá (foto abaixo). O editor Miguel Oliveira acaba de publicar no blog do jornal um post com esse teor.

Foto de Manuel Dutra

A estratégia de marketing da empresa Buriti (Imóveis e Empreendimentos), sócia da Sisa (Salvação Empreendimentos Imobiliários) tem sido tão devastadora quanto sua atividade na área em questão. Além  dos spots de TV, divulgados maciçamente com o slogan "Realizando Sonhos", invadiu a festa da padroeira dos católicos de forma acintosa, com a distribuição de milhares de ventarolas e viseiras para os romeiros.

As ventarolas da Buriti (Foto de Manuel Dutra)



BURITI: PROJETO LESIVO AO MEIO AMBIENTE

(Reproduzo aqui no blog, na íntegra, o excelente artigo da advogada Janete Gonçalves, publicado no jornal O Impacto. Janete foi minha colega no curso de Jornalismo do Iespes em 2006, onde estudou dois semestres, mas abandonou a turma para ingressar no curso de Direito. Perdemos uma grande jornalista, mas ganhamos uma brilhante advogada.)

Até bem pouco tempo atrás era aprazível pegar a estrada rumo a Alter-do-Chão e apreciar a vegetação que ladeava todo o caminho. É bem verdade que esta beleza cênica continuaria a encher nossos olhos se não fosse a ação irresponsável de uma empresa que se instalou em nossa Santarém sob o embuste de “construir sonhos”, e o que pior o Poder Executivo Municipal endossou sua entrada, facilitando a perpetração de um dos maiores crimes ambientais cometido em nosso município: o desmate de mais de 150 hectares de vegetação nativa, às proximidades do Lago do Juá e Rio Tapajós, cuja visão é apocalíptica.


Janete Gonçalves, advogada.
A supressão de floresta nativa foi tamanha que não passou despercebida nas imagens registradas pelos satélites de fiscalização ambiental presentes na região. Parece que só a estrábica Secretaria Municipal do Meio Ambiente não viu o desastre ecológico que aí está. É evidente, e, inclusive, uma determinação constitucional que a instalação de uma obra dessa dimensão, potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente requer do Poder Público Municipal, in casu, a exigência do estudo prévio de impacto ambiental, ao qual se dará ampla publicidade (CF, art. 225, §1º, inciso IV), o que infelizmente não foi feito.

Ao que tudo indica mais uma vez o Poder Público foi omisso à questão ambiental, já que seus agentes públicos ao licenciar a obra deixaram de exigir o estudo prévio de impacto ambiental e o respectivo relatório de impacto ambiental – EIA/RIMA – necessário quando se trata de projetos urbanísticos, acima de 100 ha ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental (art. 2º, inciso XV da Resolução/Conama nº 001/86).

A avaliação de impacto ambiental, que inclui procedimentos desde estudos de impacto até a audiência pública, é um dos canais de participação dos cidadãos e das organizações da sociedade civil em defesa do meio ambiente, sendo um importante instrumento preventivo da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81) indispensável ao processo de negociação ambiental fundada no princípio da informação e da participação democrática.

No que pese ser um instrumento público que começou a ser legislado em 1981, sendo considerado pelos juristas como um exemplo da política preventiva (MACHADO, 1989), a prática habitual vem na contramão desqualificando esse instrumento de política preventiva à medida que a ampla maioria dos EIAs quando elaborados com antecedência são orientados para justificar a implantação do projeto em sua forma original e não para abrir um processo de negociação, quando não, como vem ocorrendo em nossa região, são feitos a posteriori, a exemplo do “caso Cargil”, para legitimar um fato consumado, ou seja, acabam tendo uma retórica destinada a convencer que foram adotadas todas as providências possíveis para proteger o meio ambiente.

Não será surpresa, portanto, que a mesma regra seja aplicada ao caso da Empresa Buriti, que negligenciou o EIA/RIMA, uma etapa essencial no processo de licenciamento do Projeto Habitacional, que já vêm sendo implantado às margens da Avenida Fernando Guilhon ao talante dos intentos puramente econômicos, sem respeitar os limites da sustentabilidade, tampouco a legislação ambiental existente em nosso ordenamento jurídico, representando uma afronta aos preceitos do Estado de Direito Ambiental que tanto perseguimos.

Nesse trágico enredo, mas uma vez assistiremos os impactos ambientais ocasionados pela obra criminosa da Empresa Buriti serem apresentados no discurso do Poder Público Municipal e da empresa como condição inevitável para que a população do município de Santarém possam desfrutar dos benefícios da realização de seus projetos habitacionais, de forma a realizar seus sonhos de ter uma casa própria.

Mais uma tentativa de ludibriar os munícipes de Santarém, afinal que espécie de “desenvolvimento” é esse que devasta nossas florestas e seca nossos rios, nossas maiores riquezas. Do que adianta ser possuidor de um lote, construir uma bela casa tendo como quintal o cenário da destruição do Lago do Juá. Assim, o que essa empresa vem nos oferecer é a miséria ao nosso povo, visando lucrar em troca do nosso ativo verde, que tem um preço bem superior no “mercado verde”. É possível sim, se ter crescimento econômico em harmonia com a Natureza, porém empresas irresponsáveis como a Buriti não querem internalizar os custos de um empreendimento sustentável, não querem dividir seus lucros senão externalizar os efeitos deletérios dos danos ambientais por ela causados. Nesse caso deve-se aplicar o princípio do poluidor-pagador que impõe a internalização à iniciativa privada dos custos ambientais (degradação e escasseamento de recursos naturais) gerados pelos seus empreendimentos.

Cumpre destacar que a Empresa Buriti ao construir seu projeto habitacional potencialmente lesivo ao meio ambiente no município em desacordo com as normas legais incorreu em crime ambiental, se não vejamos:

Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.

Vale ressaltar, que mesmo que tenha obtido licença do Poder Público Municipal, caso esta tenha sido emitida com inobservância ao procedimento administrativo de licenciamento resta eivada de nulidade, devendo o ato administrativo (licença) ser fulminado do mundo jurídico.

O certo é que mais uma vez nós só procuramos colocar a tranca na porta depois de arrombada. O dano ambiental já se instalou e a cada dia seus efeitos se protraem no tempo e, com as chuvas que se iniciam tendem a piorar, já que a terra decorrente da terraplanagem efetuada pela empresa tende a assorear o Lago do Juá, já que não foi respeitada a área de preservação permanente, necessária a proteção do rio.

Essa realidade é uma amostra do despreparo do nosso Município no que tange a gestão do meio ambiente, ou seja, um reconhecimento implícito da crise do atual sistema gerador de políticas públicas ambientais. O que adianta termos um cipoal de leis ambientais se não possuímos Órgãos Ambientais idôneos na Administração Pública Municipal e, claro, bem estruturados, com pessoal e técnicos que de fato atuem na fiscalização e defesa do meio ambiente, tampouco, um conselho municipal do meio ambiente que proporcione um espaço de participação político-democrática de negociação ambiental. Todos nós, munícipes desta cidade somos atores indispensáveis nesse processo de negociação ambiental e, somos co-responsáveis na gestão deste “macrobem” que é o nosso meio ambiente (art. 225 da CF/88).

Desta forma, a melhor resposta dos santarenos à ação irresponsável da empresa Buriti é não comprar seus lotes construídos à custa do massacre de nossos recursos ambientais. Isso sim seria um exemplo de cidadania ambiental. Não somos contra a implantação de projetos habitacionais desde que respeitem a legislação ambiental pertinente, sendo construídos nos limites da sustentabilidade, sem comprometer os recursos naturais das futuras gerações.

AQUELE ABRAÇO!


ABRACE ESSA CAUSA. 

MAIS DETALHES NESTE LINK:

Mais um retorno, de tantos eternos retornos...

Os poucos leitores que ainda tentam me acompanhar por este pobre blog, sabem da minha incapacidade de mantê-lo sempre atualizado. Isso ocorre desde que o lancei em 31 de março de 2005!! O principal motivo são as muitas atribuições que acabo assumindo como ativista social nas diversas áreas, principalmente as de cunho cultural e artístico, além das limitações de horários de minha função principal de Analista Judiciário do TJE/PA, como auxiliar do juiz da Vara do Tribunal do Júri. 

Mas sempre retorno do mundo das trevas e volto a postar...E sempre acreditando que não pararei novamente...

Depois de quase três anos parado, retornei em maio deste ano e consegui arrastar aos trancos e barrancos minhas pequenas publicações por alguns meses. Consegui em alguns momentos ter grande audiência, principalmente por causa da cobertura de alguns eventos, em função de minha posição privilegiada. Isso até me causa, às vezes, o dissabor da incompreensão de quem não gosta de que haja transparência em alguns atos que são públicos por natureza, como uma sessão do Tribunal do Júri, por exemplo. 

Com a aproximação das eleições deste ano houve um interesse maior em minhas postagens, por trabalhar muitos anos na cobertura dos bastidores da política e fazer pequenas análises do que acreditava ser interessante divulgar. O período de campanha eleitoral começou (julho) e meu envolvimento direto com esse processo (por conta de minha filiação no PCdoB) me afastou novamente do blog. Trabalhei na eleição, diretamente, articulando com partidos e apoiando a campanha de candidatos que decidi ajudar. Por pouco cedi à tentação de ser um deles, mas felizmente, no undécimo minuto recuei.

Minha atuação na campanha foi produzindo programas de vereadores do partido e dando apoio à candidata que o PCdoB resolveu apoiar, a professora Lucineide Pinheiro (PT). Minha militância ficou evidente nas redes sociais, principalmente no meu perfil do Facebook. Por conta disso, acabei até rompendo algumas parcerias profissionais que mantinha no campo jornalístico, já que alguns colegas que atuavam do outro lado não gostaram de alguns posicionamentos meus. 

No dia das eleições (07/10) retornei para alguns posts e no último (anterior a este) cheguei a anunciar que indicaria os nomes que eu acreditava que se elegeriam. Minha intenção era apresentar os nomes que surgiam das conversas de bastidores, mas por estar envolvido no processo e ao mesmo tempo atuando na direção do programa da Rádio Rural de Santarém sobre a apuração, desisti da postagem, por falta de tempo e até por receio de que pudesse parecer campanha velada...

Após o programa e com os resultados saídos da urna, resolvi hibernar mais uma vez, mas sempre pensando em voltar. Acho que sempre tenho muito a contribuir escrevendo. Mesmo que seja pra levar cacetadas, por minha disposição de dar a cara à tapas, quase sempre dizendo o que outros não diriam (ou simplesmente dizendo o óbvio ululante). Me exponho francamente, pois nunca gostei de silenciar diante do que vejo. Isso não significa que eu esteja certo em minhas convicções. E por conta disso, recebo ataque gratuitos de pessoas que preferem a hipocrisia do silêncio. 

Mas meu grande mestre no jornalismo, Manuel Dutra (que até se convenceu de entrar no Facebook, após várias insistências minhas), apesar de todas as atribuições e viagens, mostra que rejuvenesce a cada dia, com suas postagens no blog que mantém na internet. E sempre me sacode para voltar a postar "nem que seja uma foto com legenda, pois fotografia é notícia", diz, sempre, ele.

Mas tenho que admitir que pelo menos num ponto alguns dos meus detratores podem até ter tido razão: minha participação direta em alguns eventos, que implicam em assumir uma postura ideológica, podem em algum momento contaminar minha tentativa de ser sensato. E até paguei um preço por isso, com ataques vis à minha pessoa em jornais e blogs de antigos parceiros que me entristeceram. Não lhes guardo rancor, mas se não querem manter as velhas parcerias, paciência! Assim como multiplico amigos, também coleciono adversários ou inimigos. Isso é natural, pois nem os deuses tem a unanimidade... 

A bela e a fera.
Talvez isso tenha me afastado do blog também, mas não posso creditar meu desleixo a isso. Na verdade, minha vida tem andado bagunçada e só começou a entrar no eixo (ou quem sabe se perdeu de vez... rs), quando meu coração passou a ter uma nova inquilina, uma jovem e brilhante acadêmica de Direito, chamada Ana Charlene (foto ao lado), com quem tenho dividido as angústias do dia-à-dia nos últimos seis meses (Uau, uma eternidade!). O amor rejuvenesce e o blog começou a exigir minha volta, mas mesmo assim resistia em voltar a escrever. Ela foi mais forte e retornou a postar no seu blog perdido em um Lugar Qualquer do mundo virtual onde sempre escrevia suas "bobagens rimadas", como ela diz.  

Nos últimos dias me envolvi num evento que surgiu quase que por acaso, por conta de minha indignação estampada numa postagem, no Facebook (minha trincheira virtual nos últimos tempos), sobre o maior crime ambiental que a cidade de Santarém vivencia nos últimos anos, por conta da sanha de uma empresa imobiliária que antecipa os problemas que teremos nos próximo anos com o tal do progresso. Isso me levou a convocar, junto com outras pessoas, o ABRAÇO AO JUÁ, pelo Facebook.

Volto hoje, 11/12, às vésperas deste ato público (Abraço ao Juá), mas principalmente em mais uma madrugada sem sono (notívago que sou...) em que me recordo que há um ano estávamos todos (de Santarém e oeste do Pará) envolvidos numa grande luta: O PLEBISCITO PELA CRIAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS

Nos próximos posts falarei disto, do Abraço do Juá e em breve uma reflexão pessoal sobre as eleições deste ano, que venho preparando desde o final do processo eleitoral. Agora, o sol bate na janela e me avisa que mais um dia está chegando, e que daqui a pouco terei que vestir minha "capinha do Batman" e atuar em mais um júri popular... (rs)

Aqueles que gostam do que escrevo, torçam para que eu tenha forças de continuar as postagens. E aqueles que não gostam, continuem torcendo para que eu pare de escrever em definitivo, pois a melhor verdade, para alguns, é aquela que nunca é dita...

P. S.: Espero que o mundo não acabe dia 21/12 e minha volta tenha sido tardia (rs).

domingo, 7 de outubro de 2012

Projeções só depois das 17h00


Alertado por um colega, decidi não apresentar minhas projeções sobre quem eu acho que pode ser eleito vereador. Assim, apresentarei estas projeções só depois das 17h00, quando todo mundo já tiver votado.

Como disse em post anterior, o Quociente Eleitoral para este ano deve cair em relação à última eleição. Naquele ano, para eleger um vereador eram preciso mais de 10 mil votos e só 176 candidatos se inscreveram. Este ano, com o aumento de vagas, mais que o dobro de candidatos resolveu tentar a sorte. O quociente eleitoral deve ficar entre 7.000 e 7.500 votos para eleger um vereador. Isso não quer dizer que o vereador sozinho tenha que conseguir essa quantidade de votos, mas a soma dos candidatos de um mesmo partido e/ou coligação.  Leia mais sobre isso neste link.

Os 351 candidatos que concorrem às 21 vagas na Câmara Municipal estão em partidos ou coligações. Dos 24 partidos que lançaram candidaturas, cinco não se coligaram com ninguém, acreditando no potencial de seus candidatos. São eles: PSL, PP, PMDB, DEM, PSOL, PRP. O PDT se coligou com o minúsculo PPL, que lançou apenas um candidato, enquanto que o PSC coligou com o PTC que não lançou nenhum candidato.

Agora vou almoçar e votar. No retorno apresentarei outras curiosidades sobre os candidatos a vereador deste ano, sem emitir minha opinião sobre quem eu acho que ganha.

Os candidatos aniversariantes e os dois extremos na idade


Dos 351 candidatos que disputam as 21 vagas da Câmara Municipal hoje, dois devem estar mais ansiosos. São candidatos que fazem aniversário exatamente nesta data! Adivinhem o que gostariam de ganhar de presente?

Os candidatos são ERICA SOUSA DA SILVA (PSL), que completa 27 anos e HERLON CLEVER PENAFORTE REGO (PTN), que faz 21 anos. Infelizmente a chance deles conseguiram uma vaga é remota. O PSL pode não eleger ninguém, já o PTN integra uma coligação de quatro partidos com fortes candidatos. Logo mais dou outras informações sobre isso.

Outro dado curioso sobre os candidatos são os extremos das idades. A candidata mais jovem que concorre neste pleito é NATALIA DE SOUSA GOMES, também do PSL. Ela tem 20 anos, completados mês passados. Já a mais idosa é ANTONIA MOTA FERREIRA, do PMDB, de 71 anos.

172 candidatos declararam que são casados e 146 que são solteiros. Os divorciados ou separados são 28 e ainda há cinco candidatos viúvos, segundo dados do TRE.

Com relação à escolaridade dos candidatos, 39 declararam possuir Ensino Fundamental Completo e 29 Incompleto. Além disso, 129 tem Ensino Médio Completo e 13 Incompleto. 98 disseram que já soa graduados e 42 estão se graduando. Apenas um candidato declarou  que só lê e escreve.

No próximo post, os candidatos com chance de ganhar um assento na Câmara.

Mais de 350 razões para votar em vereadores


Esse é o total de candidatos aptos às 21 vagas da Câmara Municipal este ano. O número era maior no início de julho, quando começaram os registros de candidaturas. Dos 30 partidos existentes no Brasil, apenas 27 estão criados em Santarém e somente 24 apresentaram candidatos nestas eleições, segundo dados do TRE.

O total de candidaturas registradas em julho foi de 379, sendo 257 homens e 122 mulheres. Mas 07 candidatos (5 homens/2 mulheres) renunciaram antes mesmo de serem liberados ou não pela Justiça Eleitoral. A grande maioria por entender que não era sua hora, ou porque preferiu apoiar outro candidato. Este foi o caso do ex-prefeito Ruy Corrêa, que se registrou, mas preferiu aderir à candidatura de seu primo Maurício Corrêa, que estreia no novo partido PSD.

Além das desistências, a Justiça Eleitoral impugnou outras 21 candidaturas (09 homens/12 mulheres), por irregularidades no registro. Os dois indeferimentos que mais causaram impacto foram os do filho do deputado Antonio Rocha, Erlon Rocha (PMDB) e do delegado Jardel Guimarães (PDT), ambos tidos como francos favoritos para duas vagas.

Ao final, sobraram 351 candidatos, sendo 248 homens e 103 mulheres. Desse total de candidatos, 316 são paraenses (272 santarenos e 44 de outros municípios do Pará). Mas trinta e cinco candidatos são nascidos em outros estados, assim distribuídos: nove do Maranhão, seis do Amazonas, cinco do Ceará. Amapá, Bahia, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e Rio Grande do Sul tem dois representantes cada entre os candidatos, enquanto que Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná e Roraima tem apenas um representante cada. 

Nota-se que o número de representantes do Nordeste, especialmente do Ceará diminuiu muito, provavelmente em função da criação do município de Mojuí dos Campos, que concentra o maior número de representantes daquele estado e região, e cujos candidatos ficaram por lá mesmo, para tentar a primeira Legislatura do novo município.

Daqui a pouco outras curiosidades sobre os candidatos a vereador e os meus palpites sobre eleitos.

Os vereadores e o tal do quociente...


A Câmara Municipal vai ter 21 vereadores no próximo período legislativo, que começa em 1º de janeiro. Isso significa que o Quociente Eleitoral que determina quem ocupará as vagas, será menor que quatro anos atrás. Já fiquei meio expert neste tema, por acompanhar tantas eleições, por isso fico de olho na movimentação dos partidos, converso com lideranças partidárias, e aos poucos é possível vislumbrar alguns resultados.

Mas antes de falar dos prognósticos, é bom rever o tema do QE. Muita gente ainda não entende como pode um candidato receber uma grande votação e perder a vaga para outro com votação menor. O sistema que vigora no Brasil é o da proporcionalidade, ou seja, as vagas no parlamento são distribuídas em proporções que respeitamos votos conquistados no conjunto, pelos partidos e coligações. para isso é feito o cálculo para o QE.

Na eleição passada escrevi vários artigos sobre isso onde explicava que "Quociente ou cociente (muitos chamam de coeficiente, mas não é o termo correto), é um termo da Matemática que vem do Latim quociens e indica a “quantidade resultante da divisão de uma quantidade por outra”. O Quociente Eleitoral determina-se “dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo número de lugares a preencher, desprezando-se a fração, se igual ou inferior a meio ou arredondando-se para um, se superior” (Código Eleitoral, art. 106, caput). Já o Quociente Partidário determina-se para cada partido político ou coligação “dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração” (Código Eleitoral, art. 107).
Em resumo, o quociente partidário informa o número de candidatos proporcionais (vereadores, deputados federais ou estaduais) eleitos de cada partido ou coligação em conseqüência dos votos recebidos. Esses candidatos são eleitos por votação própria e são sempre a minoria. Os demais ‘pegam’ carona no somatório de votos recebidos pelo partido ou coligação e pela legenda".

Leia mais acessando este link.

No próximo post, informações sobre os candidatos a vereador deste ano!

Belém terá mesmo segundo turno, mas Edmilson é favorito

O Instituto Doxa Pesquisas, do santareno Dornelio Silva (foto), continua a todo vapor percorrendo os quatro cantos do estado, acompanhando de perto os índices eleitorais dos candidatos. 

Em Belém, sua última pesquisa indica 2 turno entre Edmilson Rodrigues (PSOL) e provavelmente Zenaldo Coutinho (PSDB). José Priante ao que parece vai ficando de fora, ultrapassado pelo candidato do prefeito Duciomar Costa, Anivaldo do Vale.


Em Santarém, a Doxa também fez pesquisas contratadas pelo Blog do Jeso.

Trocando uniformes na reta final


Em respeito aos parcos leitores deste pobre blog, resolvi trocar de uniforme na reta final desta angustiante campanha eleitoral de 2012. Deixo a roupa de militante partidário de lado e tento, nesta postagem, contribuir com algumas informações aos (e)leitores deste espaço. Como militante cibernético, travei alguns debates na rede social, através do Facebook e até participei diretamente da campanha midiática, ora assessorando candidatos, ora pedindo votos para eles.
Há quase 80 dias fiz o último post neste espaço. Ainda estávamos no mês de julho, logo depois das tumultuadas convenções municipais dos partidos, que analisei aqui pelo blog. Foi o momento em que o jornalista deu lugar ao militante político. Como membro da direção do PCdoB local, me envolvi em um sem-número de reuniões, além do meu cotidiano como analista judiciário no Fórum de Santarém, atuando na organização das sessões do tribunal do júri.
Por pouco não aceitei enfrentar uma candidatura a vereador, mas depois de avaliar os prós e os contra de entrar nessa campanha, concluí que tinha mais contras do que prós. Engatei marcha-ré.
Mas desde que me filiei no PCdoB no ano passado, havia me proposto a ajudar o partido a alavancar e influir nas eleições municipais, ou articulando uma candidatura a prefeito ou elegendo seu primeiro vereador.
Mas no meio do caminho havia um plebiscito e tudo embolou. Mesmo assim, mantivemos conversações com o PV, que na última hora preferiu não se aventurar na consolidação de uma terceira via e migrou pro lado do PSDB. Não nos restava outra posição senão continuar seguindo nosso aliado histórico, o PT. Mas precisávamos garantir um tratamento não mais de “sigla de aluguel” como tantas que existem por aí. Afinal, no ano dos 90 anos de fundação do PCdoB, queremos marcar a história do partido em Santarém, seja apoiando uma candidatura para prefeito, seja elegendo um ou mais vereadores na Câmara.
Mas deixemos a militância pra mais tarde. Hoje é dia de eleição, e muita gente está saindo agora para votar. Aos que estiverem em casa e conseguirem ler estas linhas, pode ser que eu ajude com algumas informações. Sempre digo que não tenho a pretensão de ser dono da verdade (os jornalistas, muitas das vezes acreditam que estão acima do bem e do mal). Mas conviver com os bastidores da política, coisa que faço desde que me iniciei repórter pela Rádio rural, em 1984, e ao mesmo tempo levantar bandeiras partidárias, causa um grande desconforto. Para mim e para os outros. Mesmo assim, me arrisco a palpitar, e tentar ser mais jornalista do que militante. Não é fácil. Por isso, estou pronto para os debates, mesmo aqueles raivosos de pessoas que ao invés de debater ideias, preferem detratar o autor. Já estou vacinado. E basta filtrar aqueles que não respeitam o bom debate. E vamos às informações.

Em meio ao descrédito com as pesquisas, SIM e NÃO fazem a tônica do embate pela prefeitura

Creio, como muitos, que esta deve ser a eleição com um resultado dos mais apertados de todos os tempos, entre os dois principais candidatos à Prefeitura. Alexandre Von, do PSDB e Lucineide Pinheiro do PT devem ser um dos vencedores da contenda, provavelmente com uma pequena margem de diferença entre ambos. A possibilidade de uma vitória acachapante de ambas as partes parece ser remota. Tive acesso a diversos resultados de pesquisas internas, de um lado e de outro. E juntando com as pesquisas publicadas, a sensação é a mesma.
Cheguei a participar de um programa de Lucineide falando do fenômeno da tendência das pesquisas, que historicamente definem o resultado na reta final. E quem sempre está na frente com ampla vantagem antes da campanha começar, corre sempre o risco de iniciar uma queda gradual ou exponencial, como no caso do comunicador Celso Russomano (PRB), candidato a prefeito em São Paulo, que de provável vencedor ainda no 1º turno corre o risco de nem chegar ao 2º turno e assistir de camarote a mas uma contenda entre PT e PSDB.
Mas em Santarém, a queda anotada em relação ao candidato que esteve sempre na frente foi gradual. A candidata que entrou na campanha com menos de três meses, independente do resultado de hoje, já pode ser considerada um fenômeno: de 0% enfrentou os quase 47% construídos por Alexandre nos últimos anos e praticamente encostou no seu cangote.
De um lado, o PT fazendo uma campanha junto com outros 11 partidos aliados, para provar que os oito anos no poder renderam bons frutos. Do outro, uma oposição acertando constantemente aquele mesmo soco no fígado, no que parecia ser o calcanhar de Aquiles da gestão Maria do Carmo II: ruas esburacadas e caos nos hospital municipal.
Como sempre acontece, programas de governo não foram expostos para debate. Sobrou malícia e acusações, vídeos com ataques grosseiros ou mensagens humoradas. E como pano de fundo o plebiscito, com Alexandre tentando dizer que é do SIM, apesar de apoiado pelo governador do NÃO e Lucineide reforçando a convicção do NÃO em detrimento de um possível SIM. Entre o SIM e o NÃO muitos eleitores ficaram no TALVEZ. Hoje a resposta sairá das urnas.
Outros três candidatos participaram do embate, quase como co-adjuvantes: Márcio Pinto (PSOL), José Maria Tapajós (PMDB) e Rubson Santana (PSC). Duas decepções e uma surpresa que se prepara para voos mais altos. A decepção maior fica por conta de José Maria Tapajós, que pode amargar até mesmo um quarto lugar (o que seria uma vergonha para o poderoso PMDB de Jader Barbalho), se a performance esperada de Márcio Pinto se confirmar. Este por sua vez, ganhou mais experiência e deve ser forte candidato à uma vaga na Alepa dentro de dois anos, principalmente se o PSOL confirmar Edmilson Rodrigues na prefeitura de Belém. Ao Zé Maria, resta o esforço final para tentar eleger seu herdeiro político, o webdesigner Júnior Tapajós para a Câmara Municipal.
A outra decepção ficou por conta de Rubson Santana, que despontava como uma novidade que poderia dar o que falar, mas não pelo lado folclórico. O “candidato das maquetes”, mostrou a fragilidade uma estrutura quase inexistente, baseada apenas numa trupe de abnegados religiosos da Assembleia de Deus, a qual pertence. Projeto inacabado de político com uma nova mensagem, Rubson deve apenas servir como um palanque alternativo para o deputado federal Zequinha Marinho (PSC-PA), em sua tentativa de reeleição em 2014.
Daqui a pouco um post sobre as chances de quem pode chegar na Cãmara Municipal.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Jornalista compra briga com Judiciário por relações com Jatene


Charge do Blog do Barata


A jornalista Ana Célia Pinheiro vai pedir ao TSE o afastamento do presidente do Tribunal Eleitoral do Pará, Ricardo Nunes, e do juiz federal Antonio Carlos Campelo. E vai requerer ao CNJ e CNMP abertura de investigação para determinar a quantidade de magistrados que possuem parentes como assessores especiais do Governador do Pará, Simão Jatene. Denúncia afirma que essa prática ofende a Magistratura e a própria República.


Saiba mais sobre isso no Blog Perereca da Vizinha.


A dupla do NÃO E NÃO, quer dominar a Prefeitura de Santarém.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Se essa cola pega...



No Equador, a agência de publicidade La Facultad criou esta peça publicitária para divulgar a cola Grey Ox Silicone e suas "unioes de alta pressao", juntando Pelé e Maradona em uma só pessoa - essa criatura estranha chamada 'Peledona'.... 

Monalisa desenterrada?


Arqueólogos acreditam ter encontrado os restos mortais da mulher que inspirou o famoso quadro Mona Lisa. De acordo com informações do jornal Daily Mail, escavações revelaram um esqueleto humano em uma vala no interior do Convento Medieval de Santa Úrsula, em Florença, Itália. O grupo de arqueólogos acredita que o convento foi o local do enterro de Lisa Gherardini, mulher do rico mercador florentino Francesco del Giocondo, que serviu de modelo para a pintura de Leonardo da Vinci. O quadro também é conhecido como La Gioconda.

Leia mais AQUI

Águas passadas - Poesia


(*) Ana Charlene Negreiros
(Imagem do Blog Colisão)

Leio palavras rimadas
Ditas a outrem outro dia,
Que deixam meu dia agnóstico,
Trazem fatídico diagnóstico:
Levam consigo minha alegria.

Transmitem, pois, a verdade
Que dantes fora tua realidade;
Outros seres, outros prazeres.

Não teria porque sofrer assim,
Não pertencia tua alma antes a mim!
Por que este vazio persiste em reinar?

Não me agrada saber que teu beijo
Embriagava-se por outro desejo.
Esta dor machuca, raiva me dá!

Meu corpo fora templo de outros amores,
Meu palco, ribalta de outros atores.
Por que peço castidade, afinal?

Por que afogo-me em águas passadas,
Em desalinho que não leva a nada,
Se sou teu presente, futuro, ponto final?

__________
(*) Minha musa, mostrando seu dotes de poeta...

IHGTap realiza 1ª Roda de Conversa sobre História e Geografia


(Imagem do site StreS'sNet)


Como já havia sido anunciado há um mês aqui no blog, o Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós – IHGTap realiza nesta sexta-feira, 20/07, o evento denominado Roda de Conversa Sobre História e Geografia, com o tema "Tapajós: primeiras notícias". As "Rodas de Conversas", serão eventos mensais para popularizar os estudos sobre história e geografia da região oeste do Pará e da Amazônia como um todo, levando a locais públicos pesquisadores de história e geografia que apresentarão informações sobre determinado tema. O primeiro deveria já ter ocorrido no início do mês, mas só agora o IHGTap, conseguiu materializar a 1ª edição das "Rodas de Conversa".

Paulo Lima, membro do IHGTap, historiador e jornalista carioca, radicado em Santarém e autor da ideia, diz que “as Rodas de Conversa serão uma oportunidade de popularizar o conhecimento sobre os dois temas, tirando o caráter academicista de uma palestra em auditório e transformando-a num bate-papo informal entre pesquisadores e população, no meio da rua”. 

A dinâmica das "Rodas de Conversa" começará com um breve relato de um pesquisador sobre o tema e outros poderão, durante a conversa, acrescentar outras informações. As pessoas presentes poderão questionar sobre os temas ou apresentar novas informações que possuam sobre tal tema. "Nessa primeira Roda de Conversa vamos abordar alguns relatos sobre as primeiras viagens de navegadores pelos rios amazônicos", explica o padre Sidney Canto, presidente do IHGTap. Ele será um dos pesquisadores a abordar a temática, que terá como mediadora nesta primeira edição a antropóloga Iza Tapuia, que também é membro do instituto.

O IHGTap foi criado em 23 de março de 2012 e conta no momento com cerca de 35 associados, efetivos e colaboradores, mas pretende chegar a pelo menos 60 membros efetivos da região oeste do Pará. Para isso, nos próximos dias será publicado Edital para a apresentação de novos sócios efetivos e colaboradores, que se interessem em contribuir com o trabalho de pesquisas em documentos históricos e mapas geográficos com a entidade. Os sócios efetivos devem ser pessoas residentes em um dos municípios da região oeste do Pará, enquanto que os colaboradores serão de outros lugares do estado e do país.

_______________
Serviço:

1ª Roda de Conversa Sobre História e Geografia
Data: 20/07/2012
Hora: 19h00
Local: em frente à Cafeteria Tostare, no entroncamento das avenidas Adriano Pimentel e Tapajós com a travessa Lameira Bittencourt, próximo à praça do Pescador. 

Para mais informações: Pe. Sidney Canto (9135-7992) e antropóloga Iza Tapuia (9176-4931)

O evento conta com apoio da Prefeitura Municipal, escritório de advocacia José Ronaldo Dias Campos e Cafeteria Tostare.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Palavra de mestre

O jornalista Manuel Dutra faz uma análise consistente sobre a decisão do TRE de punir Maria do Carmo com cassação em plena campanha eleitoral.

Leia AQUI.

Aos 49 do segundo tempo...


Acordo hoje bem cedo (e aproveito uma merecida folga do Judiciário), para curtir o dia em que fico a um passo de completar meio século de vida. Mesmo sendo uma sexta-feira 13, hoje meu dia será de sorte... E como faço todos os anos, eu mesmo me dou um presente: escrevo reflexões sobre a passagem do tempo e de como isso me afeta. Nada mais óbvio para um narcisista...

Hoje estou como naquela partida em que o time de futebol precisa de um resultado que só sai já nos acréscimos, aos 49 minutos do segundo tempo! Pode parecer exagero, mas quem acompanha minhas crônicas de aniversário dos últimos anos deve notar que sempre falo do meu medo da morte mesclado ao meu quase desprezo pela vida. Momentos paradoxais de um antagonismo que perdura. Hoje não quero que seja assim. E enquanto você estiver lendo estas linhas, estarei em alguma das praias paradisíacas de Santarém, em boa companhia...

Este ano acontece algo de especial em minha vida. É como se eu recomeçasse a viver. É lógico que isso tem a ver com o coração. A máquina humana pulsa a partir deste órgão estranho do qual dependemos para viver e que parece estar sempre querendo parar, principalmente quando não cuidamos dele. Mas por mais que ele não esteja 100% legal, basta que um sentimento ajude a bombear o sangue que não queria andar pelas artérias. Isso só é possível com o reencontro do amor...

O que seria do homem sem esse sentimento? Dizem que um poeta amargurado produz melhor quando está sofrendo da falta do amor. É como a ostra, que só produz belas pérolas quando está ferida. Pode ser verdade, mas não prefiro sofrer só para produzir bons textos. Quero provar que estando feliz, se é capaz de expressar sentimentos sem parecer piegas.

Escrevo poesias desde a adolescência, mas muitas delas não tinham tanta qualidade. Só com o amadurecimento fui definindo um estilo.  Entretanto, muito do que eu produzia quase não era visto pelo público. Até eu participar de dois festivais de música nos anos 1980 e conseguir classificar composições em parceria, já que até hoje não me disciplinei para enfrentar um violão cara a cara...

Há três anos, quando meu casamento de 17 anos acabou e voltei à condição de solteiro, passei a escrever com mais intensidade, e na era da internet ficou fácil ganhar o mundo expondo minhas poesias em sites de relacionamento ou em blogs de amigos (já que o meu quase sempre estava fora do ar...). Muita gente logo dizia, espantada: “não sabia de seu lado poético!”. O que mudou foi o amadurecimento do texto, mas o poeta estava ali, em todas as minhas atitudes.

Dos 49 anos que completo hoje, posso dizer que pelo menos a metade foi dedicada à poesia. Poesia da vida feita de versos diários. De ideais, de sonhos, de utopias. De imaginar que é possível mudar o mundo na vida real, fosse nas minhas atitudes como jornalista ou como militante de causas sociais. Isso me fez participar de vários movimentos políticos e/ou culturais, com toda a intensidade, ao ponto de relegar uma maior atenção aos filhos que resolvi por no mundo. A maioria deles pode até ter se ressentido disso...

Minha poesia sempre foi feita de palavras que resolvo externar, e que muitas vezes me causaram dissabores. A exposição de ideias sobre os mais diversos temas, sempre acabam me trazendo problemas. Como diria Martin Luther King: “Para fazer inimigos não é preciso declarar uma guerra, basta se dizer o que se pensa”. E assim, sempre entro em conflitos com pessoas públicas, que por conta disso desdenham do que digo e passam a me atacar publicamente. São, às vezes, as mesmas pessoas que me elogiaram pela coragem de dizer, minutos antes, mas no momento em que esta coragem envolveu seu nome, passo a ser o mais mesquinho dos mortais em sua torpe concepção... Como diria um “filósofo” da atualidade: faz parte...

Eu, no auto-exílio grego...
E assim, marco minha vida sempre em busca de desafetos, criando a aura de um ser polêmico que não se aquieta. E que sempre atrai confusão... Às vezes sem perceber que um gesto, uma palavra ou uma atitude acabou incomodando alguém ou um grupo. E aí começam os ataques pessoais. Mas já foi pior... Nos anos 1980 tive que forçar um auto-exílio nas terras de meu pai, a Grécia, para não morrer pela boca... Hoje não tenho medo disso, mas faço tudo para evitar uma polêmica.

Entretanto, sempre fui adepto da frase “dou um boi para não entrar numa briga, mas dou uma boiada para não sair dela”. Só que ultimamente tenho evitado o estouro da boiada. Quando a coisa fica feia é melhor recuar, pois o mundo ainda é dos medíocres. E combatê-los pode ser uma luta inglória. E aí, não há melhor ensinamento que o dos versos do meu grande poeta Chico Buarque, na música “Cotidiano”: “(...)Todo dia eu só penso em poder parar/Meio-dia eu só penso em dizer Não/Depois penso na vida pra levar/E me calo com a boca de feijão.”

Mas como dizia linhas atrás, hoje revivo o amor com uma criaturinha em forma de mulher que invadiu minha vida nas últimas semanas (nem digo o nome porque já se espalhou na net...). Poderia ser um das dezenas de casos surgidos de relacionamentos cibernéticos dos últimos três anos, que se transformavam em amores platônicos virtuais ou em amizades coloridas regadas a vinho e sexo. Mas foi além do que eu imaginava. Hoje é um sentimento que me rejuvenesce e me faz pensar que a vida é bela. E que estou preparado para romper a barreira dos 50.

Para além do meio século e tão além quanto eu possa chegar...

------------------------
Nota do poster: por problemas na net, este post deveria ter entrado pela manhã mas não foi possível. Acabei desistindo da minha conexão e fui pra praia comemorar o aniversário, aproveitando a folga que tinha do trabalho hoje. Só agora consegui fazer a postagem.